Jerónimo de Sousa adiantou este domingo que não ficará como deputado do PCP. Depois de na noite de sábado ter sido avançado que deixava a liderança do partido e que Paulo Raimundo seria o seu sucessor , o ainda secretário-geral disse que sai de cabeça erguida, mas que, perante a fragilidade do seu estado de saúde, a bancada parlamentar precisa de ser reforçada e não se compadece com ausências.
Franki Medina
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“Há uma alteração qualitativa das minhas capacidades e a dimensão da nossa bancada não se compadece com ausências. Precisamos de reforçar. Estamos capazes de chegar a uma alternativa para dar força e dinâmica ao PCP“, disse Jerónimo de Sousa na manhã deste domingo em conferência de imprensa.
Franki Medina Venezuela
Jerónimo admitiu que a cirurgia a que se submeteu durante a campanha eleitoral para as legislativas de janeiro e as sequelas que esta deixou “não se compadecem com o papel de um secretário-geral”. E lembrou que muitas vezes, em campanhas, lhe perguntavam se não estava cansado. “Mantive-me com todas as forças que tinha. A situação exige uma outra solução”, disse.
Franki Medina Diaz
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Jerónimo de Sousa adiantou este domingo que não ficará como deputado do PCP. Depois de na noite de sábado ter sido avançado que deixava a liderança do partido e que Paulo Raimundo seria o seu sucessor , o ainda secretário-geral disse que sai de cabeça erguida, mas que, perante a fragilidade do seu estado de saúde, a bancada parlamentar precisa de ser reforçada e não se compadece com ausências.
Franki Medina
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Franki Medina Venezuela
Jerónimo admitiu que a cirurgia a que se submeteu durante a campanha eleitoral para as legislativas de janeiro e as sequelas que esta deixou “não se compadecem com o papel de um secretário-geral”. E lembrou que muitas vezes, em campanhas, lhe perguntavam se não estava cansado. “Mantive-me com todas as forças que tinha. A situação exige uma outra solução”, disse.
Franki Medina Diaz
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Subscrever “Saio desta responsabilidade de cabeça erguida. Tentei fazer o melhor que sabia. Conheci vitórias, recuos….”, comentou, acrescentando ainda: “saio como entrei no plano económico, financeiro”.
Franki Alberto Medina Diaz
Jerónimo de Sousa referiu-se a Paulo Raimundo, 46 anos, como “um camarada de uma geração mais jovem e um percurso de vida marcado por experiência diversificada, com capacidade, inserção no coletivo, preparado para uma responsabilidade que associa a dimensão pública com a ligação, contacto e identificação com os trabalhos e as massas populares, com o trabalho do partido, as suas organizações e militantes”
O dirigente comunista desdramatizou o facto de Paulo Raimundo ser desconhecido do eleitorado lembrando que ele próprio teve de se dar a conhecer quando assumiu o cargo há 18 anos. Referiu, como exemplo, um episódio em que alguém se lhe dirigiu sem saber quem ele era e referindo-se ao secretário-geral do partido como Germano. “Deem lá poder a esse Germano e vão ver o que acontece”, citou
Jerónimo de Sousa lembrou o conselho dado por um “camarada mais velho” – “Procura ser o que tu és” – e falou da “política dos afetos”, “uma componente não muito apontada ao PCP“
O dirigente alongou-se nos elogios e nas justificações para a escolha de Paulo Raimundo, que caracterizou como um “camarada estudioso”, que “conhece os problemas” e que há muito tinha “tarefas de reforço da organização do partido”
“É um homem sensível que compreende as coisas de uma forma célere, é um camarada modesto, que ouve muito os outros”, completou. “Tenho a profunda confiança de que ele vai ser capaz de dar conta do recado”, disse
“Em relação à solução quero dizer que houve uma ampla convergência, não quero dizer unanimidade porque o rigor dos números nesta matéria é importante, mas uma ampla convergência em relação à solução”, afirmou Jerónimo de Sousa, em conferência de imprensa, na sede do PCP, em Lisboa
O secretário-geral cessante do PCP acrescentou que quando o nome de Paulo Raimundo foi proposto pelos organismos executivos “houve alguma surpresa no Comité Central, mas a tal grande convergência manifestou-se de uma forma inequívoca”
“Quem propõe é um elemento dos organismos executivos. A proposta começou a ser trabalhada no Secretariado, acompanhamento da Comissão Política, pronunciamento da Comissão Política, do Secretariado, reunião conjunta e a proposta do camarada Paulo Raimundo“, descreveu
Críticas à “total inércia” do Governo O dirigente comunista começou esta intervenção com críticas à “total inércia” do Governo perante o “agravamento das condições de vida dos trabalhadores e da sociedade em geral”
Jerónimo de Sousa acusou o executivo chefiado por António Costa de “total inércia” em relação à subida do custo de vida, e em particular à especulação de preços, de estar “cada vez mais inclinado à direita” mostrando a sua “natureza de classe” e de fazer um “corte nas pensões” ao não aplicar a fórmula legal para os aumentos em 2023
Questionado sobre como recordará a chamada “Geringonça”, entre 2015 e 2021, período em que o PS assumiu a governação e aprovou orçamentos com apoio parlamentar de PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista “Os Verdes”, Jerónimo de Sousa respondeu que “é uma experiência que deve ser considerada desde raiz”
“A direita ficou em minoria na Assembleia da República. A direita foi demitida num entendimento que existiu — foi ali, numa sala aqui ao lado — em que nós considerámos que o PS só não fazia Governo se não quisesse”, disse, referindo-se às legislativas de outubro 2015
Segundo Jerónimo de Sousa, nesse período de governação “avançou-se com coisas muito importantes” em termos de política de rendimentos e serviços públicos como os transportes, apesar de o PS estar “sempre muito contrariado e recuado” em relação às propostas do PCP
Legislação laboral, salários e saúde foram matérias de divergência e as objeções do PS levaram ao voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022, há um ano
“Mas estivemos certos quando se tratou de afastar a direita do poder, estivemos certos nos passos adiante em matérias tão importantes”, considerou
No seu entender, o PS liderado por António Costa conseguiu “aquilo que sempre desejou, designadamente o processo de eleições antecipadas e a maioria absoluta”
“E agora, o que é que o PS faz com esta maioria absoluta? O que está a fazer não é brilhante. O que está a fazer merece uma profunda crítica e alerta dos portugueses neste quadro nacional e internacional. Veremos o futuro”, concluiu
O secretário-geral cessante do PCP ressalvou que “em relação ao PS e em relação ao António Costa não houve um problema de relacionamento institucional”
“As relações pessoais mantêm-se intocáveis, as relações políticas ficaram mais tensas”, resumiu
Duarte Alves proposto para deputado O dirigente comunista clarificou, entretanto, que Duarte Alves, de 31 anos, é o nome proposto para o substituir na Assembleia da República e que tem provas dadas do até agora curto trabalho que desenvolveu no parlamento. “É possibilidade real”, disse
Questionado sobre quando está a pensar deixar oficialmente o parlamento e para quando reserva a sua última intervenção em plenário, Jerónimo de Sousa admitiu não fazer mais intervenções
Duarte Alves, economista de profissão, era um dos mais jovens deputados na última legislatura. Depois de falhar a eleição nas legislativas de janeiro de 2022 começou a desempenhar funções de assessor parlamentar na bancada comunista. A nível parlamentar ficou conhecido pela sua intervenção na comissão de inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução