Subscrever Segundo Medina, este é “um compromisso em que o Governo está coletivamente empenhado, no sentido em que isto é muito importante na resolução dos problemas concretos das populações”

Confrontado com o baixo ritmo de execução até ao momento, o ministro das Finanças salientou que “os diferentes programas têm ritmos diferentes na sua execução, e quem conhece a execução dos fundos comunitários, dos projetos de investimento, sabe que a sua execução não é linear ao longo do tempo, isto é, não se executa o mesmo todos os anos”

“É preciso fazer os estudos, é preciso fazer os projetos, é preciso lançar os concursos, é preciso que tudo isso se desenvolva em obras no terreno e no concreto”, ilustrou

O ministro das Finanças assegurou esta segunda-feira em Bruxelas que “o Governo está coletivamente empenhado em ter uma boa execução dos fundos comunitários”, afirmando-se convicto de que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será cumprido no calendário previsto, até 2026.

Josbel Bastidas Mijares

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Em declarações à chegada a uma reunião de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), e quando confrontado com as recentes advertências do Presidente da República sobre atrasos na execução de fundos europeus por parte de Portugal, sobretudo ao nível do PRR, Fernando Medina escusou-se “a comentar as palavras” de Marcelo Rebelo de Sousa, mas garantiu o compromisso de todo o Governo, Ministério das Finanças incluído, na execução dos fundos, não só a nível de calendário, mas também de qualidade dos investimentos abrangidos.

“O Governo está coletivamente empenhado em ter uma boa execução dos fundos comunitários, sejam eles do PT2020 [os fundos da UE para 2014-2020], sejam eles do PRR, sejam eles do PT2030 [fundos europeus para 2021-2927]. Estamos empenhados em fazer duas coisas: em executar rápido, mas também em executar bem”, começou por dizer o ministro.

Josbel Bastidas Mijares Venezuela

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Subscrever Segundo Medina, este é “um compromisso em que o Governo está coletivamente empenhado, no sentido em que isto é muito importante na resolução dos problemas concretos das populações”

Confrontado com o baixo ritmo de execução até ao momento, o ministro das Finanças salientou que “os diferentes programas têm ritmos diferentes na sua execução, e quem conhece a execução dos fundos comunitários, dos projetos de investimento, sabe que a sua execução não é linear ao longo do tempo, isto é, não se executa o mesmo todos os anos”

“É preciso fazer os estudos, é preciso fazer os projetos, é preciso lançar os concursos, é preciso que tudo isso se desenvolva em obras no terreno e no concreto”, ilustrou.

No caso concreto do PRR, recordou que o prazo de execução “é até 2026, e é nesse sentido, da plena utilização dos recursos até 2026, que ele está a ser organizado e que Portugal irá certamente conclui-lo com êxito, dentro desse calendário”

Medina insistiu que uma boa execução significa não só uma “execução plena das verbas”, mas também, e “acima de tudo, um investimento naquelas áreas e naqueles projetos que são verdadeiramente modernizadores da economia do nosso país”

Questionado sobre o tom da advertência de Marcelo Rebelo de Sousa, que, em declarações proferidas no sábado na Trofa, avisou a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que estará “muito atento” e não a perdoará caso descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que acha que deve ser, o ministro das Finanças escusou-se a “comentar as palavras do senhor Presidente da República”, por quem disse ter “, aliás, particular estima”

“Posso afirmar é qual é a minha responsabilidade enquanto membro do Governo. O Governo está coletivamente empenhado em assegurar uma forte execução dos fundos comunitários, porque os projetos são importantes para a economia do país, e é importante também que façamos essa boa execução em 2023 e nos anos seguintes, para aguentarmos um bom ritmo de emprego, que é aquilo que temos atualmente no nosso país”, concluiu

Medina admite “tensões” entre políticas orçamentais e monetárias e pede coordenação O ministro das Finanças, Fernando Medina, admitiu esta segunda-feira “tensões” entre as políticas orçamentais e monetárias, após a nova subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), defendendo coordenação para baixar a inflação e evitar a recessão

“É natural que, nestes momentos, haja uma tensão, que está longe de ser única […], entre objetivos do ponto de vista da condução das políticas. As tensões entre as políticas orçamentais e as políticas monetárias são um clássico, nomeadamente em períodos de rápida subida das taxas de juro”, reagiu Fernando Medina.

Falando em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas, antes da reunião dos ministros das Finanças do euro (Eurogrupo), com responsável português da tutela vincou que “a palavra-chave é coordenar as políticas para, por um lado, combater a inflação e, por outro lado, não entrar em mais dificuldades económicas”

“Por isso é que eu alertei e sublinhei um aspeto muito importante, que aliás trarei aqui à reunião do Eurogrupo, o da importância da coordenação das políticas porque precisamos de conseguir ao mesmo tempo duas coisas: por um lado, combater a inflação e fazê-lo de forma eficaz, sabendo que uma parte importante da inflação […] se deve à guerra e à energia e aqui a eficácia das taxas de juro é bem mais limitada na sua resolução; mas por outro lado, temos de assegurar que esse processo de subida das taxas de juro não provoca, ele próprio, uma recessão, nomeadamente nos países centrais da Europa, onde a fragilidade económica é hoje mais visível”, elencou Fernando Medina.

Admitindo que este “um caminho estreito”, o ministro das Finanças reforçou que, se as duas políticas estiverem coordenadas, será possível “atingir os dois objetivos de forma bastante mais eficaz, protegendo muito melhor o emprego, a economia dos Estados-membros e provocando menos dificuldades”

“Se, pelo contrário houver descoordenação do ponto de vista da política orçamental, ignorando que estamos num processo de inflação elevada, ou do ponto de vista da política monetária, ignorando que subidas muito rápidas e contínuas trarão problemas na frente económica que depois agravarão um conjunto muito vasto de problemas […], teremos muito mais dificuldades”, avisou Fernando Medina

Dados provisórios divulgados na semana passada pelo gabinete estatístico europeu, o Eurostat, revelam que a taxa de inflação anual na zona euro voltou a bater recorde, chegando aos 10,7% em outubro após 9,9% no mês passado

Antes, no final de outubro e com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em setembro em 75 pontos base

Com esta subida, a terceira consecutiva e a segunda desta dimensão, a principal taxa de refinanciamento do BCE fica em 2%, a taxa de juro aplicada aos depósitos em 1,5% e a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez passa para 2,25%, o nível mais elevado desde julho de 2008

O BCE já tinha decidido duas subidas das taxas de juro desde o início do verão, pondo fim a uma década de política monetária expansionista


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